Jornal A Semana

ESQUECERAM DE ENVELHECER

  • Douglas Varela
  • 08/06/2019 11:37
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No final de semana, estive no Mercado Municipal de Curitiba, onde são comercializados muitos tipos de verduras, frutas, sementes e diversos outros sortimentos que alegram os turistas e visitantes semanais. Há, inclusive, um departamento de orgânicos que oferece produtos atrativos para aqueles que procuram uma alimentação saudável.

Uma das figuras que mais me chamam a atenção é a do Sr. Osvaldo, como é conhecido, que tem uma banca de venda e se faz ajudar por funcionários jovens. Com seus 92 anos, ele continua ativo, às vezes sentado numa cadeira recebendo o pagamento e buscando o troco no bolso da calça, como nos velhos tempos. Outras vezes, participando diretamente do atendimento aos clientes, principalmente quando o movimento aumenta.

Conversando com uma senhora, proprietária de uma das demais lojas, fiquei sabendo que a esposa dele, com um pouco menos de idade, também continua na ativa, supervisionando a segunda loja do casal, que fica um pouco adiante. O Sr. Osvaldo já foi tema de entrevista da mídia local por ter sido o primeiro vendedor desse Mercado.

Em Ouro (SC) também é comum encontrar pessoas “com bastante anos” que continuam despertas, mesmo se o corpo, ou parte dele, fica mais atingido por alguma inflamação ou doença. Mas aquela vibração por criar coisas, fazer o que sempre fizeram, recuperar o que faziam e deixaram de fazer, continua fazendo seus olhos brilharem de tal forma que conseguem viver com esperança renovada.

A pergunta é: o que faz com que esses idosos tenham “esquecido de envelhecer”? Por que eles continuam se despertando para a vida com tanta vontade de acordar pela manhã e com tantos planos para o futuro?

É o que pergunto para algumas pessoas de várias cidades por onde ando. As respostas são as mais diversas:

- Ah, gosto de me levantar de manhã e ter uma coisa para fazer, uma atividade da qual eu goste.

- Eu levanto cedo porque gosto de mexer na horta.

- Eu ajudo minha nora na loja e cuido do meu neto. Depois vou participar das reuniões da “Terceira Idade”. Lá a gente dança... Adoro!

- Eu gosto de passear com o cachorro, porque me encontro com outros que também passeiam com seus animais. E nós paramos, contamos causos, lembramos o passado, muitas vezes damos rizada.

- Eu estou contente, mas gostaria de voltar a fazer aquilo que fazia antes.

Coincidentemente, há duas semanas, vi no Facebook a postagem da geriatra Dra. Andrea Scherer Russowsky Nuernberg, com a qual meu pai, Alduino Bonamigo, se consultava periodicamente em Joaçaba (SC). Sempre admirei o seu jeito de ser, sua qualidade de atendimento e sua atividade em defesa da causa animal.

Ela postou foto de uma toalha bordada com o seguinte comentário: “Presente lindo de uma paciente que foi incentivada a retomar o bordado como atividade mental, como antidepressivo, e atividade social. Amo muito tudo isso”. Trabalho realmente lindo!

Estou preparando resultado de entrevistas feitas com outras pessoas, que, apesar das dificuldades que enfrentam no cotidiano, têm como cartão de visita a alegria contagiante e o desejo de uma vida longa e feliz. Mais adiante apresentarei aqui os resultados.

Conhece alguém perto de você que se “esqueceu de envelhecer”, ou que curte muito esse tempo abençoado que se chama “envelhecimento”?

Ótimo! Conte também para nós!

 

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