Jornal A Semana

NOS BASTIDORES DO CONTO DO BILHETE PREMIADO (PARTE FINAL)

  • Douglas Varela
  • 15/02/2020 09:55
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Os golpistas festejam, o juiz “encaneta”, os Jucas choram

Gostando de ler sobre os bastidores do conto do bilhete premiado? Importante conhecer o que acontece antes do golpe e quais as estratégias utilizadas pelos golpistas. Veja hoje o desfecho.

O denominado Aspirante (A) perguntava: E a vítima que perde tudo, o que faz? E a Justiça? Ela não pega os errados?

M – O Fila até chora para convencer o Juca, e às vezes continua difícil. Se algum me reconhece na rua, que eu lesei ele, de qualquer maneira vou negar, é a palavra dele contra a minha. Só que o juiz lá mete a caneta, dá a pena máxima, que é por alto golpe de periculosidade, elemento periculoso que teve a capacidade até de chorar, né. Por que isso aí é o seguinte: quanto mais velho o Fila fica nesse ramo, mais vai aperfeiçoando, mais periculosidade o elemento oferece, mais capacidade.

A – Você diz que o Fila é o que se faz de coitado para atrair a pena de quem ouve sua história. O Grupo é aquele que chega depois, como um transeunte, e entra na conversa, mas tem um terceiro, que fica no carro e que acompanha o Juca ao banco. Depois que o otário deixa de sentir pena e começa a querer roubar o Fila, ele não desiste mais?

M – Depois que o Grupo vai lá, confere o bilhete e descobre que a importância é bem maior que os 20 mil (ou mais, depende da história) que o cara daria, entendeu? É nesse ponto de vista aí que o cara cresce o olho, o que está para ser lesado, o Juca, cresce o olho, e se interessa em ganhar dinheiro.

A – Mas precisa de reforço para ele não desistir?

M – É, o Fila reforça, dizendo: sou o filho mais velho, e meu pai me ensinou a confiar nas pessoas que têm seus documentos, suas economias, porque é gente que lutou para conseguir e não precisa do que é dos outros. Em vez de voltar ao sítio para falar com o vizinho (que faz parte da mentira que vira verdade), posso dar dez milhões para o senhor (o Juca) e dez milhões para o senhor (o Grupo). Agora, quero saber de cada um se também tem seu dinheiro. Eu não sei ler, agora dinheiro eu conheço. E o Fila sai um pouco, dando espaço para o Grupo reforçar que tanto ele (Grupo) quanto o Juca tenha seu próprio dinheiro. Aí pronto, o Juca já aceitou e vai ao banco. O terceiro golpista, que acompanhava tudo de carro, segue o Juca, a meia distância, a pé, para não perdê-lo de vista.

O resto já se sabe, o otário (Juca) descobre que perdeu. Os alvos principais são os idosos (homens e mulheres), mas também adultos em geral. Os golpistas muitas vezes não são pegos e vão festejar o sucesso da empreitada. O choro desesperado é a única coisa que resta para o perdedor.

Se você conhece outras estratégias utilizadas pelos golpistas, compartilhe.

Vamos nessa?

“Dinheiro não dá em árvore”, mas pode criar asas e voar para sempre.

 


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