Jornal A Semana

PREVENÇÃO E REFLEXÃO

  • Douglas Varela
  • 01/04/2020 14:09
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Estes dias, enquanto rolava o feed repleto de dados e estatísticas desalentadoras sobre o novo Coronavírus, vi um post que me chamou a atenção. A frase era de um ator do filme Gênio Indomável, a qual dizia o seguinte: “As crises nos acordam para as coisas boas que não percebemos”.

Comecei a pensar sobre a frase e percebi quão delicada é a situação que estamos vivendo. Temos a mania de quantificar nossas vidas em números e organizá-las em planilhas, mas agora, estamos completamente “em meio ao escuro”, pois sabemos quando a quarentena iniciou, mas ninguém tem certeza sobre quando ela realmente irá acabar. Não sabemos ao certo, se no final do ano, por exemplo, ainda comemoraremos o Natal com a mesma alegria vendo que talvez, algumas pessoas não estarão mais em volta à mesa.

Essa inconsistência e incerteza, o isolamento e medo formam um misto de sentimentos aterradores. Uma febre já nos deixa amedrontados e se começamos a tossir, as pessoas ao nosso redor nos olham de forma torta. Estamos com medo daquilo que acontece dentro do nosso próprio corpo e de como isso poderá influenciar na relação que temos com as pessoas que amamos. O que antes era uma simples saída, um abraço ou um toque, tornou-se uma forma eficaz de adicionar mais pessoas à estatística de infectados pelo Covid-19.

No entanto, as crises nos acordam para as coisas boas que não percebemos. Infelizmente, às vezes é preciso perder o que tínhamos para então aprendermos a dar valor. O período de quarentena é uma ótima oportunidade para relembrarmos que a rotina corrida da escola que reclamávamos faz muita falta.

A quarentena serve para lembrarmos que poder abraçar os amigos é uma dádiva e que ter o direito de ir e vir sem medo é muito mais importante do que imaginávamos.

A quarentena serve para lembrarmos que a vida solitária e limitada é entediante. E que o contato físico entre humanos, os risos, os toques, as sensações e os olhares é aquilo que faz a humanidade valer a pena.

 


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