Saúde

Dia Internacional reforça prevenção e orienta sobre procedimentos em casos de picadas de serpentes

  • Gabriel Leal
  • 19/09/2025 19:05
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Esta sexta-feira, 19 de setembro, é marcada pelo Dia Internacional de Atenção aos Acidentes Ofídicos, uma data que reforça a importância da prevenção e do atendimento rápido em casos de picadas de serpentes. A iniciativa busca ampliar a conscientização sobre os riscos, os cuidados imediatos e o acesso ao tratamento adequado — fatores fundamentais para evitar complicações e salvar vidas.

Em entrevista à reportagem da Capinzal FM, o médico do Hospital Nossa Senhora das Dores, Cicero Batista, destacou as principais medidas de proteção ao trabalhar em locais onde pode haver presença de cobras. Entre as recomendações estão o uso de calçados fechados, preferencialmente de cano alto, já que a maior parte dos acidentes ocorre nas pernas, além de luvas. Ele também alertou para evitar manusear buracos no solo, entulhos ou acúmulo de lixo, situações que favorecem a presença de roedores e, consequentemente, das serpentes.

O médico orientou ainda sobre os procedimentos corretos após uma picada: lavar o local com água e sabão, procurar imediatamente uma unidade hospitalar e não realizar cortes, compressões ou simpatias caseiras. O ideal é manter o membro afetado elevado. Batista reforçou que o único tratamento eficaz é o soro antiofídico, específico para cada espécie de cobra. Se possível, recomenda observar as características do animal ou até registrar uma foto, para facilitar a identificação. Ele lembrou que nem toda picada exige o uso do soro, já que muitas serpentes não são peçonhentas, mas, a decisão deve ser exercida por um médico, após a devida avaliação.

O biólogo e especialista em fauna da Ambiense Desenvolver Engenharia e Meio Ambiente, João Jonca, explicou que a maioria das serpentes encontradas na região não oferece risco à saúde humana, pois não são peçonhentas e desempenham papel importante no controle de pragas, alimentando-se de peixes, roedores e lesmas. No entanto, entre cinco e sete espécies da região são peçonhentas, como as jararacas, as corais verdadeiras e, de forma mais rara, a cascavel.

Segundo Jonca, jararacas e cascavéis se alimentam de roedores, enquanto as corais verdadeiras predam outras serpentes, ajudando no controle populacional. Os venenos possuem diferentes efeitos: o das cascavéis e corais verdadeiras é neurotóxico, podendo causar paralisia respiratória, já o das jararacas é proteolítico e hemorrágico, causando destruição dos tecidos e hemorragias. Ele ainda ressaltou que algumas espécies de serpentes contam com sensores de calor, que permitem identificar presas pela temperatura, podendo confundir a mão de uma pessoa com um animal de pequeno porte.

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