Começou pouco depois das 9 horas desta quinta-feira (28), um dos julgamentos mais aguardados dos últimos anos em Capinzal. Claudia Tavares Hoeckler responde pela acusação de ter matado o marido, Valdemir Hoeckler, em novembro de 2022, e ocultado o corpo em um freezer, no município de Lacerdópolis, que há 34 anos não se registrava um homicídio.

O julgamento é presidido pela juíza Jéssica Evelyn Campos Figueredo Neves no plenário da Câmara de Vereadores. O corpo de jurados é formado por quatro mulheres e três homens. A expectativa é que a sentença seja anunciada ainda nesta quinta-feira.

A defesa é formada pelos advogados Matheus Molin, Gabriela Bemfica, Jader Marques, Casseano Barbosa, Tiago de Azevedo Lima, Eduardo Rebonatto e Guilherme Pittaluga Hoffmeister. Eles sustentam que Claudia foi vítima de violência doméstica ao longo dos 20 anos de relacionamento e que o crime ocorreu nesse contexto. Os defensores pretendem apresentar testemunhas, boletins de ocorrência e um laudo psiquiátrico, com o objetivo de demonstrar que não houve premeditação.

Vale ressaltar que Jardes Marques também integra a equipe de defesa de réus no caso da Boate Kiss, tragédia ocorrida em 27 de janeiro de 2013, em Santa Maria (RS), que resultou em 242 mortes e deixou outras 636 pessoas feridas.

Na acusação, atuam os promotores de Justiça Rafael Baltazar Gomes dos Santos e Diego Bertoldi. O advogado Álvaro Alexandre Xavier, assistente de acusação, reforça a tese de homicídio duplamente qualificado — por meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Segundo ele, o crime foi premeditado e brutal, e a tentativa de caracterizar Valdemir como agressor não encontra respaldo no processo.

Ao todo, 12 testemunhas devem ser ouvidas nesta sessão: seis de acusação e seis de defesa. O júri é aberto ao público, mas com acesso limitado à capacidade do espaço. Parte das vagas foi destinada aos familiares da vítima e da ré, enquanto o restante foi disponibilizado à população e à imprensa, mediante distribuição de senhas por ordem de chegada.

Mobilização 

Antes das 8h da manhã, já havia fila do lado de fora da Câmara de Vereadores, onde acontece o julgamento. Entre os presentes estão familiares e amigos, tanto de Claudia quanto de Valdemir, alguns vestindo camisetas com a foto da acusada e da vítima, assim como cartazes e faixas.

A sobrinha, Tainara Hoeckler, falou com a reportagem da Capinzal FM sobre a expectativa em relação ao júri:

Na imagem, a chegada de Claudia, sob os olhares de familiares e amigos.

O advogado Álvaro Alexandre Xavier, falou  com a reportagem na chegada para o julgamento: