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Moradores ainda sonham com água potável no interior de Capinzal

  • Jardel Martinazzo
  • 25/09/2018 22:48
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A novela envolvendo o poço artesiano na comunidade de Lauro Müller teve novo episódio na tarde de sexta-feira (21) em Capinzal.

O assunto foi tratado em reunião na Câmara de Vereadores com a presença dos parlamentares, moradores, do prefeito Nilvo Dorini, do Secretário de Infraestrutura, Sandro Toaldo, do Secretário de Administração, Ivair Rodrigues e do Promotor de Justiça, Elias Albino de Medeiros Sobrinho.

Conforme o presidente do Legislativo, Gilmar Junior da Silveira, o problema já se arrasta há dez anos. O objetivo do debate foi resolver a situação, tendo em vista que atualmente o poço artesiano, perfurado com recursos públicos, está beneficiando apenas um grupo de cinco famílias que utilizam a água.

Silveira aproveitou para agradecer o Promotor, sendo que as explanações foram fundamentais para esclarecer os direitos constitucionais e a visão do Ministério Público. Cerca de 30 famílias não possuem água potável e se dispuseram em arcar com os custos para instalação dos equipamentos.

“A gente não tem condições de beber água potável, temos que ir até a cidade buscar. Tem crianças, pessoas deficientes que precisam muito de água. Todos estamos sofrendo e queremos apenas que água seja distribuída igualmente, sem prejudicar ninguém”, comentou uma das moradoras.

Durante o encontro ficou acordado em realizar um estatuto que irá regrar a distribuição da água entre todas as famílias, além daquelas que já se usufruem do bem natural, como as demais que lutam pelo mesmo direito. Um teste de vazão deverá ser feito para verificar a capacidade de abastecimento.

Em 2012, o secretário de administração à época, Edson Antônio Cassiano, afirmou que a desistência de vários moradores inscritos no projeto encareceu o custo da rede. Como muitos também não aceitaram as formas de pagamento parcelado, só as cinco famílias que pagaram receberam a água.

O assunto chegou a motivar uma CPI - Comissão Parlamentar de Inquérito pela Câmara de Vereadores, de autoria dos vereadores Aldair Brandão, Rafael Dalavequia e Rogério Biazotto para investigar suposta irregularidade praticadas pela Administração Municipal de Capinzal a partir do exercício de 2006.

As explicações foram solicitadas ao ex-diretor de Agricultura, Sandro Toaldo e ex-prefeito, Nilvo Dorini. Foi declarado que o contrato limitava-se à perfuração do poço artesiano e execução do sistema de reservatório, nunca tendo sido referido à rede de distribuição de água que ficaria por conta dos moradores.

“Mesmo tendo sido acordado tal providência de forma unânime, algumas famílias deixaram de aderir ao programa, declinando da aquisição dos canos e participação no pagamento da bomba de recalque; desta forma é que apenas cinco famílias participaram, arcando com os custos da bomba de recalque e dos canos necessários à distribuição da água desde o reservatório até suas propriedades”, diz trecho da explicação do servidor. Ele acrescentou que os denunciantes tinham interesse eleitoreiro.

Foi considerada improcedente a representação, em razão de não existir provas de irregularidade.


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