Religião

Paróquia São Paulo Apóstolo recebeu a exposição do centenário das Missões Capuchinhas

  • Marines Delazari Varela
  • 01/12/2020 14:37
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A Paróquia São Paulo Apóstolo celebra em janeiro de 2021, 90 anos de fundação. Desses 90 anos, 84 com a presença dos Freis Capuchinhos.
Neste final de semana, nos dias 28 e 29 de novembro, esteve na Paróquia o Frei Alessandro Farinasso, e com ele, a exposição que contou um pouco desta presença marcante dos frades capuchinhos.

Certamente um momento marcante, não somente para os frades, mas para toda comunidade paroquial.

O bispo diocesano Dom Frei Mário Marquez, também esteve presente no domingo, “Sou fruto da missão Capuchinha, ainda na época de Frei Crispim”, destacou ele. Na oportunidade, abençoou o memorial criado na secretaria com fotos de todos os freis que passaram pela Paróquia, incluindo os que hoje vivem na Fraternidade São Paulo Apóstolo.

CAPINZAL – berço dos capuchinhos em Santa Catarina

 Aos 20 de junho de 1936 os capuchinhos chegaram na paróquia São Paulo Apostolo em Capinzal. Para iniciar a nova fraternidade, «foi escolhido como vigário o fr. Constantino de Cellore e como coadjutor o fr. Beda de Gavello e o irmão fr. Galdino de Vigorovea». (Data da carta circular: 9 de junho de 1936).

Capinzal tinha sido elevada à paróquia aos 25 de janeiro de 1931. Antes desta data não havia padre residindo na vila, mas a visita era feita periodicamente pelos Franciscanos Menores residentes em Lages, distante 220 quilômetros.

Segundo o relato de fr. Inácio, «o primeiro vigário foi o pe. Pelosi. Sucedeu-lhe o pe. Michelizza. A este se deve a construção do Colégio que foi entregue às Irmãzinhas da Imaculada Conceição». A este último deve-se também o início da construção da grande igreja matriz, que substituiu a velha destruída por um incêndio juntamente com a casa paroquial. A nova igreja era uma obra faraônica para as possibilidades da pequena comunidade.

Frei Constantino em uma carta ao Ministro provincial descrevia assim o lugar: “É bonito, situado no meio dos morros e, além do mais, no meio de famílias italianas, de modo que se tem quase a impressão de estar em um lugarejo italiano. Agora estamos trabalhando na nova igreja matriz, que para fazê-la se quebra a cabeça, mas que depois quando estará concluída será uma verdadeira obra de arte”. O modelo da igreja em construção era uma cópia da Igreja de São Paulo fora dos muros de Roma, porém com as dimensões 22 X 50.

 A obra era empenhativa, porque no relatório ao Ministro provincial de 1939 o governo da Custódia faz a seguinte observação: “Em Rio Capinzal, o povo está empenhado na construção de uma igreja que, terminada, a meu ver será uma das mais bonitas do Paraná e Santa Catarina. Em seu livro, fr. Inácio assim se expressa sobre a construção da Igreja: É deveras uma obra de arte, com cinco naves, que proclamará o sacrifício feito pelo povo, que deu para isto suas economias e se recomenda por sua religiosidade”.

Esta grande igreja manteve a comunidade ocupada com a construção por mais de vinte anos, e impediu aos freis de construírem ali também um grande seminário. Somente em 1948 foi realizada a cobertura, e depois por vários anos ainda, trabalhou-se para concluir o seu interior.

 O apostolado com o povo

 Quando os freis chegaram em Capinzal para assumir a comunidade, o povo estranhou a mudança. Aos poucos os freis foram conquistando, com bons modos, a simpatia do povo e souberam se impor pela atividade pastoral e pelo bom exemplo. Frei Inácio escreveu que “mesmo os mais contrários reconheceram os grandes benefícios que lhes advinham”.

Os movimentos religiosos presentes na matriz e nas capelas eram: o Apostolado da Oração, a Pia União das Filhas de Maria, a Liga do Menino Jesus, os Congregados Marianos e a Congregação de Nossa Senhora da Salete.

As capelas eram 26, distribuídas no território que abrangia os atuais municípios de Capinzal, de Ouro, de Lacerdópolis e de Presidente Castelo Branco. Os dois últimos tiveram suas próprias paróquias com o tempo, mas Ouro e Capinzal, mesmo com a divisão política administrativa em 1963, continuaram a pertencer à mesma paróquia, com uma única igreja matriz para as duas cidades.

 A divisão da paróquia de Capinzal

 Em 1951, o bispo de Lages D. Frei Daniel Hostin, por insistente pedido do povo, separou da paróquia de Capinzal, a capela de Santa Lúcia com outras seis capelas: Pato Roxo, Pinhal, Rancho Grande, Pinheiro Alto, Leãozinho e Emigra. Levando em consideração o povo e a parte econômica, o bispo prudentemente ofereceu aos mesmos a nova paróquia.

Frei Patrício Kódermaz de Nébola, Custódio provincial, escreveu aos superiores na esperança de que estes aceitassem a oferta do bispo, este interesse em não perder a nova paróquia de Santa Lúcia foi manifestado também pelo Ministro provincial fr. Paulino de Premariacco numa carta ao Ministro Geral.

Com o parecer favorável do Ministro geral, foi aceita a paróquia de Santa Lúcia e o primeiro vigário foi fr. Barnabé Tenani de Guarda Veneta. Mais tarde esta paróquia foi extinta e as capelas foram integradas nas paróquias de Capinzal e Lacerdópolis.

Sabemos que esses missionários, juntamente com outros que foram chegando, atenderam o povo, num tempo de muita precariedade: pobreza, dificuldade de locomoção (andavam à cavalo para atender comunidades longínquas), sistema educacional e de saúde muito primários.

Celebrar o Centenário é agradecer a Deus pelas maravilhas que Ele realizou ao longo desta nossa história. Nunca é demais reconhecer o quanto nosso Deus foi bom para conosco e para com este amado povo a quem há 100 anos servimos!

 Fonte: Arquivo Freis Capuchinhos do PR e SC


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