Jornal A Semana

VACINAS E PANDEMIAS PASSADAS

  • Douglas Varela
  • 26/09/2020 09:14
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Imagem: Edward Jenner, em uma árvore. Crédito: John Raphael Smith (1752-1812). Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Edward_Jenner.jpg

Zélia Maria Bonamigo
Jornalista e Antropóloga
zeliabonamigo@uol.com.br

Sabe aquela conversa de “ah, não vou me vacinar”, “ah, a vacina é importante para evitar mortes”, que você ouve no dia a dia? Não é de agora. Em pandemias passadas isso também ocorria, e mesmo entre uma pandemia e outra. Venha comigo.

Primeira vacina: A história da vacina começa no século XVIII, por ocasião de uma doença infecciosa, chamada varíola. Seu autor, o médico inglês Edward Jenner (1749-1823), estudioso da varíola por 20 anos, descobriu a vacina em 1796. E em 1798, publicou o trabalho Um Inquérito sobre as Causas e os Efeitos da Vacina da Varíola.

No começo nem todos acreditaram, mas, depois, a descoberta de Dr. Edward foi amplamente aceita. O primeiro instituto de vacina em Londres foi criado em 1800, com a consequente adoção da vacinação por parte da Marinha Britânica. No Brasil, a vacina chegou em 1804, por meio do Marquês de Barbacena.

Mas enquanto a vacina havia sido testada com sucesso em diversos países da Europa, “era encarada com desconfiança pelos brasileiros em geral e pelos cariocas em particular”, diz Eduardo Bueno (2010, p. 287).

O então presidente da República, Francisco de Paula Rodrigues Alves, passou a adotar medidas para reurbanizar o Rio de Janeiro e melhorar o saneamento. E Oswaldo Cruz, que era médico sanitarista, passou a trabalhar nas tentativas de matar os mosquitos que causavam a febre amarela e resolver o problema da varíola.

A Lei da Vacina Obrigatória foi aprovada pelo Congresso em 31 de outubro de 1904, quando o Rio de Janeiro era a sede da presidência e passava por diversas mudanças na cidade, por causa das péssimas condições de saneamento básico e tendo em vista atrair turistas.

No entanto, por falta de contentamento por parte da população, de 10 a 16 de novembro de 1904, muitos morreram em confrontos com as forças da polícia mediante a Revolta da Vacina ou Revolta Contra a vacina. Até que no dia 16 de novembro foi revogada a obrigatoriedade da vacinação contra a varíola.

Hoje: Na presente pandemia do novo Coronavírus – Covid-19, o grande número de casos, e de mortes, exige enfrentamentos urgentes. Foi assinada em 6 de fevereiro de 2020, e publicada em 07/02/2020, a Lei 13.979, que autoriza autoridades “a adotar, no âmbito de suas competências, “[...] a vacinação e outras medidas profiláticas”[...]".

Nos tempos atuais, em que a Ciência tem um conhecimento mais avançado, nem todas as pessoas têm acesso a elas ou não as aceitam por motivos particulares ou descrenças. Pessoas adultas podem decidir para si, mas, uma vez testada sua segurança, quando se trata de livrar crianças dos males do Coronavírus – Covid-19, sua vacinação é prevista na Constituição Federal, no artigo 227, e no artigo 14 do ECA-Estatuto da criança e do Adolescente, tendo em vista não expô-las aos sofrimentos trazidos pelas doenças.

Os efeitos dos males deixados em muitas pessoas, pelo Coronavírus – Covid-19, são relatados por muitos que já os experienciaram em seus corpos. E eles testemunham que é melhor prevenir, pois algumas consequências são irreparáveis. E você, está procurando obter informações a respeito das vacinas e do seu papel nesta pandemia? Cuide-se. Ore, revise a história e fique de olho na Ciência.

Vamos nessa?


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