Saúde

Vigilância Epidemiológica intensifica ações contra a febre amarela em Capinzal após macaco ser encontrado morto em açude

  • Douglas Varela
  • 10/07/2020 14:37
1573568285f08a7f38d0100.03823034.png

A morte de um macaco em uma propriedade do interior de Capinzal, no começo do mês de junho, recebeu a classificação de indeterminado pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE) de Santa Catarina. Foi a primeira aparição de um primata morto na região. 

A responsável pela Vigilância Epidemiológica da Secretaria da Saúde de Capinzal, Eliane Rietter explicou que o animal estava dentro de um açude, em estágio avançado de decomposição, o que dificultou a coleta de material para exame. A equipe da Vigilância realizou o trabalho de investigação, o mapeamento e o bloqueio vacinal contra a febre amarela nas pessoas que não estavam imunizadas contra a doença nessa comunidade. 

Conforme boletim divulgado pela DIVE/SC, na quarta-feira, dia 08, 865 primatas haviam morrido no Estado. Destes, 75 foram confirmados com febre amarela, 26 receberam resultado negativo para a doença, 555 receberam a classificação de indeterminado e outros 209 estão em investigação. 

Neste ano, 17 casos de febre amarela foram confirmados (todos com transmissão dentro do Estado) com 125 suspeitas sendo descartadas. As cidades notificaram 146 pacientes como prováveis para a doença. Quatro ainda aguardam resultado e estão sob investigação. Dois evoluíram para óbito. 

Em entrevista concedida ao Jornal do Meio Dia, João Augusto Brancher Fuck, Gerente de Zoonoses da DIVE/SC, confirmou que neste ano houve um aumento considerável nos casos de febre amarela tanto em humanos quanto em primatas e que as pessoas precisam se imunizar contra a doença. “Orientamos a população que ainda não se vacinou, a buscar a unidade de saúde mais próxima para receber a dose” orientou Fuck. Caso não seja tratada adequadamente, a doença pode evoluir para sintomas mais graves.   

Já fizemos um trabalho de vacinação contra a Febre Amarela em todas as comunidades do município, mas se eventualmente ainda não recebeu a dose, que busque as unidades de saúde para ser vacinado” reforçou Eliane Rietter. 

A doença 

A febre amarela é transmitida por mosquitos a pessoas não vacinadas em áreas de mata. A vacinação está disponível nos postos de saúde de todo o país e é recomendada para pessoas que habitam ou visitam áreas com risco da doença. Uma dose apenas garante imunidade por toda a vida. 

A transmissão ocorre por uma espécie de mosquito comum em áreas da África e da América do Sul. 

Os casos leves causam febre, dor de cabeça, náuseas e vômitos. Os casos graves podem causar doenças cardíacas, hepáticas e renais fatais. 

Não existe um tratamento específico para a doença. Os esforços se concentram no controle dos sintomas e na limitação das complicações.


Enquete